sexta-feira, 31 de julho de 2009

PROJECTO ANIMATURA







No passado dia 18 de Junho de 2009 teve lugar um Programa de Actividades, denominado de Projecto Animatura. Foi um plano de acção totalmente proposto e implementado pelos formandos do Curso EFA de Animação Cultural, recheado de acções de cariz lúdico-pedagógicas na barragem da Oleirita.

Foram convidados para participar neste dia cheio de boa disposição e animação os idosos do pólo da Igrejinha da Escola Sénior do Mundo Rural de Arraiolos (ESMR).

Estas acções foram concebidas com a finalidade de promover a actividade física, o convívio intergeracional e a troca de experiências entre os formandos do curso de Animação e os alunos da ESMR.

A destacar do programa o passeio pedestre, o lanche convívio, o jogo do Trivial Pursuit (totalmente construído pelos formandos com perguntas sobre a cultura e realidade local), momentos de pesca, de poesia popular, futebol, entre tantas outras actividades realizadas.

Deixamos aqui uma enormíssima nota de agradecimento a todas as instituições que connosco colaboraram e tornaram este dia possível!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

PROVÉRBIO CHINÊS




“Se vires uma pessoa à beira de um rio com fome, não lhe dês um peixe. Dá-lhe uma cana e ensina-o a pescar.

ANIMADOR PROCURA-SE

O candidato deve reunir os seguintes requisitos;

1. Uma pessoa motivada

Dificilmente alguém pode ser animador se não se sentir motivado, se não estiver «animado», se não acreditar que os outros se podem motivar e animar. Além do mais, o animador tem de ser motivador, tem de ser um elemento activo para pôr em movimento, para dinamizar e para mobilizar.

2. Um militante
A expressão militante encerra múltiplos significados, alguns dos quais com uma conotação negativa. Ainda assim, mostra-se adequado para caracterizar o animador. Porque uma actividade de mudança social não se pode realizar se os agentes das mesmas não são pessoas com opções profundas e decididas, com a consciência de que uma transformação progressista e colectiva passa pela contribuição generosa, livre e comprometida dos participantes.

3. Uma pessoa inserida no meio
O animador não é alguém que actua do exterior para o interior do meio. Deve estar inserido no interior do grupo ou comunidade.

4. Um educador
Não um líder, super-homem, dirigente, pessoa imprescindível, salvador. Nem uma pessoa que trabalha como dez pessoas, mas sim que consiga pôr dez pessoas a trabalhar. Que respeite os ritmos das pessoas e dos grupos e não imponha os seus. Alguém que confia nas possibilidades dos outros, capaz de ser objectivo, capaz de aproveitar as potencialidades das actividades, capaz de estimular a criatividade e a autonomia.

5. Com fome de formação
O animador deve aproveitar todas as oportunidades de enriquecer os seus conhecimentos de modo a melhorar permanentemente o seu desempenho. Deve ter a capacidade de auto-avaliar o seu trabalho e a partir daí identificar as áreas de conhecimento em que deverá investir.

6. Em contacto e em ligação com os grupos sociais
É importante que seja aceite no meio onde actua ou onde vive, que esteja integrado e participe nas estruturas sociais dessa comunidade e que favoreça as trocas com outros colectivos e comunidades.

7. Uma pessoa equilibrada psicologicamente
É fundamental para as tarefas que realiza que o animador possua maturidade. Não é difícil encontrar na animação pessoas com motivações pouco claras, inseguras, com carências afectivas, frustrações pessoais e profissionais, etc.

8. Uma pessoa com sentido de processo
O animador tem de ter consciência que a intervenção num grupo ou comunidade é um processo, complexo, gradual e que exige um investimento contínuo.

9. Uma pessoa de carne e osso
Com virtudes, mas também com defeitos, com a capacidade de dar, mas também capaz de receber, de sofrer, mas também de se alegrar, etc.

10. Com capacidade de desaparecer
Um animador deve assumir que o seu trabalho será um sucesso quando o seu desaparecimento não implicar o fim dos processos que desencadeou.


"METODOLOGIA Y PRACTICA DE LA ANIMACION SOCIOCULTURAL" de Ezequiel Ander-Egg.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Animador – Perfil e Competências

Qual o papel e função do animador sociocultural?
O papel do animador consiste em desenvolver a auto estima a confiança e a personalidade dos participantes, fazendo com que estes tomem a iniciativa de levar a cabo actividades sociais, culturais, educativa, criar um dinamismo comunitário que reforce o conjunto social e as redes sociais e ainda para despertar o interesse dos participantes por uma formação persistente.

As suas funções consistem em organizar, coordenar, desenvolver, actividades de animação e desenvolvimentos de grupos e comunidades através de programação de um conjunto de actividades a nível educativo, cultural, desportivo e social, bem como promover, encorajar, animar, despertar ansiedades que afoitam a acção, germinam potencialidades latentes a todos os indivíduos, grupos sociais e comunidades.

Qual o perfil de competências necessárias para se ser animador Sociocultural?
As competências são as seguintes:

Saberes
Noções de:
» Politica social
» Gerontologia
» Tecnologias de informação
Conhecimentos de:
» Expressão corporal, dramática, musical e plástica
» Psicopatologia da adolescência e da juventude
» Educação física, desporto e equipamentos desportivos
Conhecimentos aprofundados de:
» Técnicas de animação
» Intervenção comunitária
» Animação e Intervenção social
» Artes e actividades recreativas
» Psicologia
» Sociologia
» Psicossociologia

Saberes-Fazer
1. Ler e interpretar diagnósticos sociais da comunidade e relatórios psicológicos e sociais clientes/utilizadores, ou programas de animação identificando as principais áreas de intervenção.
2. Utilizar técnicas de observação, entrevistas e questionários.
3. Identificar e seleccionar as técnicas e práticas de animação tendo em conta o tipo de programas de animação, e características dos clientes/utilizadores, dos grupos e das comunidades e os objectivos que pretende atingir.
4. Identificar os recursos necessários para a concretização de projectos de intervenção sócio-comunitária e de animação.
5. Identificar as necessidades e as motivações individuais e do grupo.
6. Incentivar os clientes/utilizadores a organizarem a sua vida no seu meio envolvente e a integrar-se na sociedade, participando activamente, construindo o seu projecto de vida e demonstrando através da realização de diversas actividades quais as capacidades e competências de cada um.
7. Sensibilizar e envolver a comunidade no acompanhamento deste tipo de grupos, de forma a fomentar a sua integração.
8. Envolver as famílias nas actividades desenvolvidas, fomentando a sua participação.
9. Despistar situações de risco, encaminhando-o para as equipas técnicas especializadas.
10. Seleccionar, organizar, sistematizar e manter actualizada informação relativa às actividades desenvolvidas.

Saberes Ser
1. Trabalhar em equipas multidisciplinares.
2. Adaptar-se às diferenças individuais, situacionais e socioculturais e a ambientes diversos.
3. Comunicar de forma clara, precisa, persuasiva e assertiva.
4. Estabelecer relações interpessoais empáticas.
5. Demonstrar autonomia e criatividade na resolução das actividades.
6. Motivar e valorizar os clientes/utilizadores.
7. Demonstrar estabilidade emocional e auto-controlo.
8. Gerir conflitos.
9. Demonstrar segurança e confiança.
10. Demonstrar capacidade de observação.
11. Demonstrar persistência na sua actividade profissional.
12. Demonstrar compreensão e sensibilidade.
13. Lidar com situações de insucesso e dar valor aos pequenos progressos.
14. Adaptar-se a situações imprevistas.
15. Estabelecer relações de cooperação dentro de equipas multidisciplinares.
16. Agir em conformidade com as normas de higiene e segurança no trabalho.


Onde pode trabalhar um Animador sociocultural?
Dado que Educar é Animar e Animar é Educar, torna-se imprescindível a existência de uma relação indissociável.

Tanto no trabalho social como na prática educativa, tem-se recorrido à Animação como motivação, podendo desenvolver actividades de animação e socioculturais (de carácter educativo, social, cultural, ocupacional, lúdico e recreativo) dirigidas a indivíduos, instituições, grupos e comunidades.

O Animador Sociocultural pode desenvolver projectos de animação sociocultural em diversas áreas: cultural, social, educativa, ambiental, artístico-cultural, entre outras.

Eis alguns exemplos:
* Associações e Centros Culturais, Recreativos e Desportivos;
* Autarquias locais;
* Bibliotecas, Ludotecas e Fonotecas;
* Museus, Instituições de Gestão do Património e de Gestão Ambiental;
* Casas e Centros da Juventude;
* Equipamentos Sociais de Apoio a Idosos;
* Centros de Apoio a Deficientes;
* Instituições de Apoio à Infância;
* Empresas dedicadas à Animação de Festas ou de Ambientes Públicos;
* Ateliers de Ocupação de Tempos Livres;
* Hotéis;
* Monumentos;
* Galerias de Arte

Quais são os direitos e deveres do animador?
O animador sociocultural, tal como todos os trabalhadores de outras áreas, também tem direitos e deveres. Estes são:

Direitos
> Direito de participação;
> Direito à formação e informação para o exercício da sua função;
> Direito ao apoio técnico, material e documental;
> Direito à segurança na actividade profissional;
> Direito à negociação colectiva.

Deveres
> Contribuir para a formação e realização integral dos indivíduos, promovendo o desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia e criatividade, incentivando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente intervenientes na vida da comunidade;
> Reconhecer e respeitar as diferenças socioculturais dos membros da comunidade, valorizando os diferentes saberes e culturas, combatendo processos de exclusão e discriminação, promovendo a interculturalidade;
> Colaborar com todos os intervenientes da animação sociocultural, favorecendo a criação e o desenvolvimento de relações de respeito mútuo;
> Participar na organização e assegurar a realização das actividades de animação sociocultural;
> Sigilo profissional, respeitando a natureza confidencial da informação relativa aos cidadãos;
> Reflectir sobre o trabalho realizado individual e colectivamente;
> Enriquecer e partilhar os recursos da animação sociocultural, bem como utilizar novos meios que lhe sejam propostos numa perspectiva de abertura à inovação e de reforço da qualidade da animação sociocultural;
> Co-responsabilizar-se pela preservação e uso adequado das instalações e equipamentos que utilize;
> Actualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos, capacidades e competências, numa perspectiva de desenvolvimento pessoal e profissional;
> Cooperar com os restantes intervenientes na animação sociocultural com vista à implementação de projectos e animação;
> Promover as relações internacionais e a aproximação entre povos.
Ana Teresa do Carmo
Juliana Moreira
Rui Fialho

Animador, Perfil e Competências

O PERFIL DO ANIMADOR


A figura do animador desempenha um papel central no método da animação. É ele quem assume a responsabilidade de promover a vida do grupo através do uso dos instrumentos que dinamizam as pessoas envolvidas por este método.


Para que desempenhe eficazmente as suas funções, existem três áreas fundamentais que o animador deve ter em conta: o ser, o saber e o saber-fazer.


- O ser, é constituído pela sua identidade pessoal.


- O saber, refere-se aos conhecimentos que deve possuir para desempenhar convenientemente a sua tarefa formativa. Além disso, um animador, conforme a área específica do seu desempenho, terá uma formação consoante o seu sector, o contexto e o conteúdo respectivos.


- O saber-fazer, reporta-se à metodologia que usa para dar vida ao grupo que anima, a qual é sempre o reflexo do seu ser e do seu saber.


Ao animador, compete dar tempo e espaço para que a vida desabroche nos animandos. Através das suas atitudes, o animador promove o protagonismo, a liberdade, a responsabilidade e o crescimento do destinatário.


(In Jacinto Jardim- "O ´Método da Animação")






FUNÇÕES DO ANIMADOR SOCIOCULTURAL
  • Promover a integração social;
  • Organizar, coordenar e/ou desenvolver actividades de animação;
  • Promover o desenvolvimento sociocultural de grupos ou comunidades;
  • Desenvolver actividades de carácter desportivo, cultural e educativo;
  • Elaborar relatórios das actividades;
  • Incentivar e estimular grupos ou comunidades para participarem no desenvolvimento do seu próprio meio;
  • Transmitir conhecimentos educativos e culturais;
  • Dinamizar a população;
  • Contribuir para o desenvolvimento da cultura;
  • Contribuir para o desenvolvimento da capacidade de autonomia, criatividade e iniciativa de grupos ou comunidades;
  • Facilitar processos de comunicação individual e em grupo;
  • Intervir, juntamente com outros profissionais, em grupos de risco, com comportamentos desviantes e junto de reclusos.
  • Conhecer, valorizar e sensibilizar a comunidade para o matrimónio natural e cultural;



PERFIL DE COMPETÊNCIAS DO ANIMADOR:
  • Observa a realidade da Comunidade/Instituição utilizando técnicas e instrumentos variados e identifica os seus recursos e carências, ao nível individual, social, institucional e comunitário;
  • Analisa e interpreta os dados recolhidos;
  • Planifica e implementa os projectos de intervenção, em colaboração interdisciplinar com outros profissionais que trabalham com a mesma população;
  • Participa em programas de integração social;
  • Domina conhecimentos científicos e socioculturais que lhe permite trabalhar com grupos de pessoas, promovendo a integração social através de diversos projectos.




ÁREAS DE ACÇÃO DO ASC


Falar em campo de acção de Animação Sociocultural significa ter presente a perspectiva tridimensional respeitante às suas estratégias de intervenção:


• dimensão etária: infantil, juvenil, adultos e terceira idade;


• espaço de intervenção: animação urbana, animação rural;


• pluralidades de âmbitos, ligados a sectores de áreas temáticas, como sejam: a educação, o teatro, os tempos livres, a saúde, o ambiente, o turismo, a comunidade, o comércio, o trabalho...


Todos estes âmbitos implicam o recurso a um vasto conjunto de termos compostos, para designar as suas múltiplas actualizações e formas concretas de actuação: Animação socioeducativa, Animação cultural, Animação teatral, Animação dos tempos livres, Animação sociolaboral, Animação comunitária, Animação rural, Animação turística, Animação terapêutica, Animação infantil, Animação juvenil, Animação na terceira idade, Animação de adultos, Animação de grupos em situações de risco, Animação em hospitais, Animação em prisões, Animação económica, Animação comercial, Animação termal, Animação desportiva, Animação musical, Animação cinematográfica, Animação de bibliotecas, Animação de museus, Animação escolar, etc.


Para além destes, continuamente, outros termos poderão ser formados, relacionados com potenciais novos âmbitos de Animação, cuja emergência é, por sua vez, determinada por uma dinâmica social em constante mudança, que origina a permanente promoção de relações interpessoais, comunicativas, humanas, solidárias, educativas e comprometidas com o desenvolvimento e a autonomia.




CATEGORIAS PROFISSIONAIS


As categorias Profissionais dos trabalhadores de Animação Sociocultural desenvolvem-se da seguinte forma:


1 – Técnico Profissional de Animação Sociocultural


2 - Técnico de Animação Sociocultural


3 – Técnico Superior de Animação e Gestão Sociocultural




DIREITOS DO ASC


1 – São garantidos aos ASC os direitos estabelecidos para os restantes trabalhadores em geral, assim como os direitos profissionais decorrentes do presente Estatuto (ANASC).


2 – São direitos profissionais do ASC os seguintes pontos:


• Direito de participação;


• Direito à formação e informação para o exercício da sua função;


• Direito ao apoio técnico, material e documental;


• Direito à segurança na actividade profissional;


• Direito à negociação colectiva.




DEVERES DO ASC


1 – O ASC está obrigado ao cumprimento dos deveres estabelecidos para os trabalhadores em geral e dos deveres profissionais decorrentes do presente Estatuto.


2 – Decorrendo da natureza da função exercida, são deveres profissionais do animador os seguintes pontos:


• Contribuir para a formação e realização integral dos indivíduos, promovendo o desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a sua autonomia e criatividade, incentivando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente intervenientes na vida da comunidade;




• Reconhecer e respeitar as diferenças socioculturais dos membros da comunidade, valorizando os diferentes saberes e culturas, combatendo processos de exclusão e discriminação, promovendo a interculturalidade;


• Colaborar com todos os intervenientes da animação sociocultural, favorecendo a criação e o desenvolvimento de relações de respeito mútuo;


• Participar na organização e assegurar a realização das actividades de animação sociocultural;


• Sigilo profissional, respeitando a natureza confidencial da informação relativa aos cidadãos;


• Reflectir sobre o trabalho realizado individual e colectivamente;


• Enriquecer e partilhar os recursos da animação sociocultural, bem como utilizar novos meios que lhe sejam propostos numa perspectiva de abertura à inovação e de reforço da qualidade da animação sociocultural;


• Co-responsabilizar-se pela preservação e uso adequado das instalações e equipamentos que utilize;


• Actualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos, capacidades e competências, numa perspectiva de desenvolvimento pessoal e profissional;


• Cooperar com os restantes intervenientes na animação sociocultural com vista à implementação de projectos e animação;


• Promover as relações internacionais e a aproximação entre povos.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Evolução dos Direitos Fundamentais do Homem

Os direitos humanos não são apenas um conjunto de princípios morais que devem informar a organização da sociedade e a criação do direito. Enumerados em diversos tratados internacionais e constituições, asseguram direitos aos indivíduos e colectividades e estabelecem obrigações jurídicas concretas aos Estados.

Principalmente quando se dá conta que o próximo século que se aproxima apresentará aos países em desenvolvimento novos desafios, sem os quais suas inclusões na ordem mundial não se viabilizarão, esses direitos assumem uma importância ainda mais objectiva. Embora a intencional referência ao processo em curso de globalização aponte para uma visão economicista, com finalidade de explorações financeiras e mercantis, torna-se cada vez mais obrigatório contemplar o novo cenário planetário sem perceber a inevitável inclusão de reivindicações humanitárias, que venham a aproximar os povos de todos os continentes em direitos e dignidade.

Trata-se pois de conceber o programa dos Direitos Humanos como a proposição mais avançada e radical de promoção da liberdade e da cidadania que se opõe, constitutivamente, ao modelo do sujeito alienado, desinteressado das questões públicas ou alijado das questões político-sociais por conta da ignorância e da miséria extremada.

O comité de Direitos Humanos das Nações Unidas, deixam claro uma mudança na antiga formulação do conceito de soberania. É certo, porém, que a obrigação primária de assegurar os direitos humanos continua a ser responsabilidade interna dos Estados.

No entanto, face às constantes violações aos direitos fundamentais do ser humano protegidas em pretensas fundamentações que reivindicam as questões ligadas às tradições quer culturais ou religiosas regionais ou tribais, cresce a importância da discussão necessária acerca da universalidade dos Direitos Humanos consagrados nas Declarações existentes, no marco da globalização em curso.

Nesse aspecto multiplica-se consideravelmente a importância dimensional dos tratados gerais de protecção internacional dos direitos humanos no plano das relações exteriores, bem como a configuração de um Direito Internacional dos Direitos Humanos.

Na nossa opinião os Direitos Humanos são muito importantes para a população porque assim ficamos a saber todos os direitos que temos. Actualmente os direitos humanos exercem uma grande força na sociedade. Por um lado por causa das penalizações a quem não respeita os direitos, e por outro lado as pessoas aperceberam-se que são todas iguais independentemente da cor, raça, e/ou religião.

Os direitos Humanos são importantes na nossa sociedade porque, para além de sermos todos iguais ficamos “ iguais ” perante a lei. Sabemos também que se sairmos do país, temos os mesmos direitos que os outros.

Assim todos nos devemos tentar que os direitos humanos existam e sejam cumpridos, pedindo a todos nós que ajudem os mais desfavorecidos.

Assim cabe-nos a nós Animadores Socioculturais enquanto profissionais lutarmos quotidianamente por uma causa maior, por acreditarmos na justiça e na fraternidade entre povos, como vem referido no nosso código Deontológico.

O nosso trabalho enquanto Animadores tem que ter por base a consciencialização para o valor ético, social, religioso, cultural e político da pessoa humana como ponto de partida para um trabalho comunitário de base, um exercício de cidadania que busca a concretização efectiva da Declaração dos Direitos do Homem.

Cada Animador deve alimentar um pouco a utopia que move centenas de cidadãos anónimos pela defesa e dignidade integral do Homem.
Nelson Miguens
Fernanda Rodrigues
Ana Teresa Carmo

Os utentes e os seus direitos

Numa primeira instância, é necessário compreender-se que a área de intervenção da Animação Sociocultural é uma área ampla, de extrema importância, que se mune de metodologias participativas e activas visando a promoção e implicação livre e responsável dos indivíduos na comunidade onde se inserem, tornando-os protagonistas do seu próprio desenvolvimento.

Uma vez identificado e assimilado o propósito da existência da Animação, há que associá-lo impreterivelmente aos bons princípios de cidadania, pois estes surgem como base terminante, quer nas práticas da Animação quer no próprio Animador.

A nível social, a Animação actua com a finalidade de superar as desigualdades, proporcionando aos grupos mais desfavorecidos, excluídos ou marginalizados, a liberdade à expressão, actuando ao lado de outros profissionais sociais (e da própria comunidade), reforçando a participação e desenvolvimento dos destinatários.

Por outro lado, a democracia cultural na Animação expressa uma orientação distinta, como uma forma de entender o trabalho cultural baseado nos princípios de participação e diversidade. Com a democracia cultural pretende-se assegurar a cada indivíduo/grupo alvo os instrumentos necessários para que com liberdade, responsabilidade e autonomia se possam desenvolver culturalmente.
O reconhecimento e compreensão das necessidades e/ou prioridades de cada indivíduo/grupo alvo é uma tarefa imprescindível para o Animador, com isto queremos dizer que, o Animador terá de contextualizar de forma mais exacta possível a realidade de cada indivíduo/grupo alvo – crianças; adolescentes; jovens; reclusos; utentes; carenciados; marginalizados; etc.

De outra forma, o não cumprimento de um diagnóstico aprofundado e preciso, poderá acarretar consequências prejudiciais ao indivíduo/grupo alvo em questão.

Devido a tal, os direitos e deveres de cada utente assumem-se como aspecto essencial no espectro do Animador, onde apesar de poderem discernir em minudências, estes se baseiam incontestavelmente nos Direitos do Homem, embora seja relevante o conhecimento de pactos, convenções e declarações afectas a cada grupo.

Em seguimento da mesma questão, podemos rematar que o não conhecimento de determinadas normas e metodologias acreditadas a nível académico poderão comprometer, de forma mais ou menos corrosiva, o objecto principal da Animação.

Neste âmbito, o Animador Sociocultural voluntário (pleno de boa intenção e civismo) poderá, em muitas situações, não compreender a realidade de forma a poder interagir positivamente com a comunidade. Uma vez instituída a profissionalidade de Animador no nosso país, o voluntariado poderá, neste contexto, postar-se como uma espécie de entrave no que diz respeito à imposição da mesma profissionalidade. Sem que, de forma alguma, queiramos depreciar a importância do voluntariado, consideramos que este (o voluntário de Animação) se deva apenas estabelecer na condição de adjuvante de práticas elementares. O Animador Sociocultural voluntário, para poder exercer o seu civismo e solidariedade na área com todo o fundamento e competência, deverá ter habilitações creditadas em Animação Sociocultural.

Em suma, afirmamos que o voluntariado feito com “profissionalismo” pode-se tornar num agente de transformação da sociedade

Luzia Alfaiate
Mauro Martins
Ricardo Grade

terça-feira, 14 de julho de 2009

A Pessoa enquanto sujeito de direitos e deveres

Para todo campo de actividade há uma filosofia, que implica questionar os seus conceitos, princípios e métodos fundamentais, como por exemplo: a filosofia do ser humano como sujeito de deveres e direitos.

Saber ser e saber estar, valores que deve possuir para acompanhar a pessoa, exigem qualidades humanas e integração de conhecimentos nas dimensões da espiritualidade e da cultura, assim como a disponibilidade física e espiritual para o acolhimento à palavra, à presença ou simplesmente, ao silêncio – é fundamental saber identificar e respeitar o silêncio.

O conceito de consciência moral é deveras importante para adquirirmos um conhecimento acerca do ser humano porque nele se inter-relacionam natureza e carácter, inteligência e moralidade. O que origina este acto normativo, que faz o ser humano distinguir sobre o bem e o mal é algo que é alvo de estudo permanente. Os factores de desenvolvimento advêm do questionário de valores, rever métodos, e darmos oportunidade a nós mesmos a fazermos uma viagem interior na busca do autoconhecimento, além de reflectirmos sobre diversidades.

Há também a ter em conta os actos humanos, que são realizados de forma voluntária e consciente, com conhecimento de causa, bem como os actos do homem que é algo que fazemos ou que nos acontece sem termos desejado, deste modo, o homem tem capacidades de possuir a verdade, e conhece a existência de verdades universais, pelo que a inteligência pode discernir o que é bom e o que é mau, mesmo contando com bastantes limitações, o indivíduo pode actuar como pessoa consciente e responsável.

O apelo ético do homem contribui para a evolução da dignidade da pessoa humana, de uma construção histórico-cultural, político-social e económica são de direitos ao respeito e à atenção da sociedade em que vive o ser humano.
A moral social bem como a moral natural são valores da liberdade de expressão associada ao comprometimento ético de respeito ao outro e de compromisso com a verdade que a pessoa enquanto sujeito de direitos e deveres deve ter presente numa sociedade.

A moral e o direito são duas matérias com semelhanças e diferenças que estão em permanente contacto. A moral é como que uma lei interna do “nosso eu”, o direito opera como regulador da vida do ser humano em sociedade de forma coactiva, a que todos se respeitem, que conheçam as suas fronteiras.

A pessoa enquanto sujeito de deveres e direitos é uma pessoa consciente, equilibrada, adaptada a viver em sociedade que diariamente nos testa e põe em prática as nossas capacidades de consciência social. É importante a filosofia sobre a nossa moral porque é um instinto de sobrevivência.

Sem esquecer que a pessoa enquanto sujeito de direitos e deveres também possui obrigações enquanto trabalhador, este no cumprimento das respectivas obrigações, deve proceder sempre de boa fé.
Um animador Sociocultural deve possuir todas estas capacidades e valores, a fim de realizar um trabalho que vá de encontro ás necessidades e conceda as respostas necessárias á nossa sociedade actual.
Juliana Moreira
Ricardo Souto
Rui Fialho

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Animação e Participação

Sendo a Animação Sociocultural uma forma de participação democrática dos indivíduos que visa partir do real para o desejado, aqui ficam algumas considerações sobre Animação e a participação.

“Animar é fazer participar a população no aumento da sua vitalidade, devolver-lhe a alma, um espírito de equipa, um impulso, despertar o espírito de pioneiro num clima de liberdade... é fazer que cada um tome o seu destino nas suas mãos.”
(Mário Viché)

“Proporcionar aos homens o “maximum” de meios para que juntos inventem os seus próprios fins. Trata-se, em suma, de despertar no seio das sociedades a função civilizadora: a que postula no mais simples habitante de qualquer aldeia ou bairro, um cidadão cabal com uma exigência de sentido que lhe permita contribuir pessoalmente à gestão das colectividades e à criação dos seus valores.”
(R. Torraille)


“A animação é um processo que surge no seio dos grupos sociais, os quais mediante a participação activa dos seus membros, vão ser capazes de gerar cultura.”
(Direcção Geral dos Assuntos Culturais, Ministério de Educação e Cultura de Portugal)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Conceito de Animação Sociocultural - UNESCO. (I982)

“A Animação Sociocultural é um conjunto de práticas sociais que tem como finalidade estimular a iniciativa e a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integradas”.

Conceito de Animação Sociocultural - Cembranos, F. (1989)

"A Animação Sociocultural é um processo dirigido para a organização das pessoas a fim de se realizarem projectos e iniciativas desde a cultura ate ao desenvolvimento social. Os quatro pontos que a compõem são: A cultura, a organização das pessoas, os projectos e iniciativas e o desenvolvimento social”.